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História
do Porto de Santos
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O
marco oficial da inauguração do Porto
de Santos é 2 de fevereiro de 1892, quando
a então Companhia Docas de Santos - CDS,
entregou à navegação mundial
os primeiros 260 m de cais, na área, até
hoje denominada, do Valongo. Naquela data, atracou
no novo e moderno cais, o vapor "Nasmith",
de bandeira inglesa.
Com a inauguração, iniciou-se, também,
uma nova fase para a vida da cidade, pois os velhos
trapiches e pontes fincados em terrenos lodosos,
foram sendo substituídos por aterros e muralhas
de pedra. Uma via férrea de bitola de 1,60
m e novos armazéns para guarda de mercadorias,
compunham as obras do porto organizado nascente,
cujo passado longínquo iniciara-se com o
feitor Braz Cubas, integrante da expedição
portuguesa de Martim Afonso de Souza, que chegou
ao Brasil em janeiro de 1531.
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Foi
de Braz Cubas a idéia de transferir
o porto da baía de Santos para o
seu interior, em águas protegidas,
inclusive do ataque de piratas, contumazes
visitantes e saqueadores do povoado. Escolhido
o sítio denominado Enguaguaçu,
no acesso do canal de Bertioga, logo se
formou um povoado, motivo para a construção
de uma capela e de um hospital, cujas obras
se concluíram em 1543. O hospital
recebeu o nome de Casa da Misericórdia
de Todos os Santos. Em 1546, o povoado foi
elevado à condição
de Vila do Porto de Santos. Em 1550 instalou-se
a Alfândega.
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Por
mais de três séculos e meio, o Porto
de Santos, embora tivesse crescido, manteve-se em
padrões estáveis, com o mínimo
de mecanização e muita exigência
de trabalho físico. Além disso, as
condições de higiene e salubridade
do porto e da cidade resultaram altamente comprometidas,
propiciando o aparecimento de doenças de
caráter epidêmico.
O início da operação, em 1867,
da São Paulo Railway, ligando, por via ferroviária,
a região da Baixada Santista ao Planalto,
envolvendo o estuário, melhorou substancialmente
o sistema de transportes, com estímulo ao
comércio e ao desenvolvimento da cidade e
do Estado de S. Paulo.
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A
cultura do café estendia-se, na ocasião,
por todo o Planalto Paulista, atingindo até
algumas áreas da Baixada Santista,
o que pressionava as autoridades para a necessidade
de ampliação e modernização
das instalações portuárias.
Afinal, o café poderia ser exportado
em maior escala e rapidez.
Em 12 de julho de 1888, pelo Decreto nº
9.979, após concorrência pública,
o grupo liderado por Cândido Gaffrée
e Eduardo Guinle foi autorizado a construir
e explorar, por 39 anos, depois ampliado para
90 anos, o Porto de Santos, com base em projeto
do engenheiro Sabóia e Silva. Com o
objetivo de construir o porto, os concessionários
constituiram a empresa Gaffrée, Guinle
& Cia., com sede no Rio de Janeiro, mais
tarde transformada em Empresa de Melhoramentos
do Porto de Santos e, em seguida, em Companhia
Docas de Santos.
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Inaugurado
em 1892, o porto não parou de se expandir,
atravessando todos os ciclos de crescimento econômico
do país, aparecimento e desaparecimento de
tipos de carga, até chegar ao período
atual de amplo uso dos contêineres. Açúcar,
café, laranja, algodão, adubo, carvão,
trigo, sucos cítricos, soja, veículos,
granéis líquidos diversos, em milhões
de quilos, têm feito o cotidiano do porto,
que já movimentou mais de l (um) bilhão
de toneladas de cargas diversas, desde 1892, até
hoje.
Em
1980, com o término do período legal
de concessão da exploração
do porto pela Companhia Docas de Santos, o Governo
Federal criou a Companhia Docas do Estado de S.
Paulo-Codesp, empresa de economia mista, de capital
majoritário da União.
Atualmente,
o Porto de Santos, movimenta, por ano, mais de 60
milhões de toneladas de cargas diversas,
número inimaginável em 1892, quando
operou 125 mil toneladas. Com 12 km de cais, entre
as duas margens do estuário de Santos, o
porto entrou em nova fase de exploração,
consequência da Lei 8.630/93, com arrendamento
de áreas e instalações à
iniciativa privada, mediante licitações
públicas. |
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